Quando a beleza vira sistema: sempre em atualização, nunca completa.Hoje, beleza não é só aparência — é uma interface sempre atualizada, ajustada, reprogramada, filtrada, modificada. A estética entrou na lógica de software: cada versão, uma “melhoria” visível e mensurável.

Versão 1.0: você natural. Versão 2.3: agora com preenchimento facial. Versão 3.5: skincare turbo. Versão 4.7: colágeno, glow, lábios e firmeza. Versão 5.9: IA, filtros, AR. A promessa? Beleza contínua. Tudo pode ser atualizado.

Mas se o sistema nunca para de rodar, quando você se sente pronta? Quando a versão estável chega? A busca vira loop: melhorar, ajustar, performar, repetir. Um app de autoestima rodando em segundo plano, consumindo energia emocional sem fim.

A estética virou chip invisível sob a pele. Sem espelho, sem pausa, sem dúvida. Só a exigência de parecer melhor, sempre. Autoestima virou software: precisa de update, patch, fix e versão nova.

Mas esse update não é neutro. Ele nos ensina que sempre falta algo. Que bem-estar só vem com upgrade. E que se aceitar é se atualizar. Isso molda nossa identidade, percepção e autoimagem.

E você? Tá rodando qual versão agora? E até quando vai seguir atualizando, achando que a próxima versão finalmente vai ser suficiente?

<!– wp:social-links –><ul class=”wp-block-social-links”><!– wp:social-link {“url”:”https://gravatar.com/wildlyaf14079f57″,”service”:”gravatar”,”rel”:”me”} /–></ul><!– /wp:social-links –>
, , , , , , , ,

Leave a Comment